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domingo, 22 de janeiro de 2012

Chama Gloriosa Chalkboard: Bola parada de laboratório (1)

Chama Gloriosa Chalkboard é uma nova rubrica no blog onde iremos analisar lances, jogadas ou momentos dos jogos do Benfica que, apesar de importantes, passam normalmente despercebidos a um olhar menos atento.

Não que seja grande novidade, mas o Benfica possui uma qualidade extraordinária no aproveitamento das bolas paradas. Na Liga cerca de 18% das chances de golo criadas pela equipa tiveram origem em cantos ou livres (apenas 3 golos) e Jorge Jesus parece ter perfeita noção da importância que este momento do jogo pode ter no desenrolar de uma partida. As variações e combinações utilizadas são diversas e na última quarta-feira, frente ao Santa Clara, Witsel e Gaitán (mas não só) proporcionaram-nos mais um exemplo dessa qualidade.


Pegamos na jogada no momento em que Gaitán se prepara para bater o canto. Como se vê na imagem, a equipa do Santa Clara marca individualmente - apenas um jogador à zona a controlar o espaço entre o primeiro poste e a pequena área - e, aproveitando esse facto, os jogadores do Benfica posicionam-se de modo a forçar duas batalhas de 2x2 e 3x3.


Com os jogadores na disposição correcta a jogada começa a desenrolar-se. Javi ataca o primeiro poste, arrastando com ele o seu marcador directo, enquanto Witsel se desloca para o espaço onde sabe que Gaitán irá colocar a bola. Ao mesmo tempo, Jardel bloqueia o adversário directo do belga e não havendo troca na marcação, este fica completamente livre para definir a jogada (o jogador do Santa Clara não chega a tempo de condicionar o remate). O passe de Gaitán sai para o sítio certo e Witsel acaba mesmo por ter uma oportunidade fantástica para abrir o marcador. O remate saiu ligeiramente ao lado, mas a execução da jogada foi praticamente perfeita.

Confira o lance em tempo real:




3 comentários:

muito bom. obrigado pela análise!

Phant, encontras alguma vantagem na forma sistemática como batemos a maioria dos cantos?

Marcador faz passe curto para o vértice da área, este devolve ao marcador e ou cruza ou devolve novamente.
Na última jornada o golo do Matic ocorre dum lance desses, mas por norma, muito dificilmente criamos perigo com este tipo de estratégia.

Rodrigo: obrigado pelo comentário e pela visita.

253: a vantagem que se retira das variações e das combinações nas bolas paradas está relacionada com o exigir aos jogadores adversários concentração e algum ajustamento de posições. É uma forma de promover o erro.

Já agora, também esclareço que a forma de marcar os cantos que descreves como sistemática é apenas aparente. Na realidade, apenas 1 em cada 4 cantos são batidos à maneira curta. Os restantes são marcados directamente para a área quase sempre ao primeiro poste ou para a zona da marca de penalti (centro da área).

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