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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Estrutura da maior prova Europeia: a Europa ainda é dos Campeões?


Época 87/88. O Benfica de Skovdahl entra muito mal no campeonato e sai derrotado dos primeiros dois jogos em casa – ambos por 1-0 – contra Setúbal e Marítimo. O campeonato parece perdido e a carreira do técnico dinamarquês na Luz também. Assim foi. Toni, há muito treinador adjunto, pega na equipa ainda antes do mês de Dezembro e cedo percebe que dificilmente conseguirá o bi-campeonato. A oportunidade parece óptima para fazer ressurgir o Benfica Europeu prometido por João Santos, e assim aconteceu. Meses mais tarde a caminhada Europeia do Benfica só terminaria na final de Estugarda onde a equipa caíria às mãos do PSV Eindhoven e aos pés do capitão Veloso.



22 anos depois, parte da história parece repetir-se. O clube da Luz tem o pior início de campeonato de sempre e o título de campeão parece entregue. Janela aberta para o regresso a uma final Europeia? Nem por sombras. A Europa já não é o que era. A Europa já não é dos Campeões.

A Liga dos Campeões actual é uma competição subordinada ao comércio e ao interesse deixando o futebol, de certa forma, para segundo plano. Só assim se explica a insistência da UEFA em presentear as grandes ligas com mais lugares para as suas equipas deixando os campeões de ligas menores com grandes dificuldades de acesso. Será este o futebol europeu do futuro? Alguns pontos:


- Não me parece justo que o terceiro e quarto clube de ligas mais importantes possam estar na competição à frente de campeões nacionais de outras ligas.

- A forma como os clubes são distribuídos nos potes garante, na minha opinião, um pacto de não agressão entre os gigantes europeus que os mantém a salvo de percalços na primeira fase da competição.

- O ranking da Uefa é elaborado recuando aos resultados de até 5 anos mantendo, por vezes, clubes como cabeças de série quando pouco fizeram por isso nos últimos anos, afectando assim, de algum modo ,a verdade desportiva.



Não defendo com isto um sorteio puro mas um sistema mais justo e mais de acordo com a essência que esteve na base da criação da maior competição europeia de clubes. Um modelo mais equitativo, com menos equipas dos maiores campeonatos europeus e mais equipas campeãs de países menos mediáticos. Uma Europa mais, mas não totalmente, para os Campeões.


Bem sei que há diferentes formas de organizar uma competição e nenhuma é forçosamente melhor que a outra mas tenho para mim que este modelo não é justo pois promove um tratamento desigual em equipas de diferentes países com o pensamento apenas nos milhões.


O Benfica, esse, estreia-se amanhã nesta nova – em relação à de 87/88 – Liga dos Campeões sem a ambição que outrora tinha. A competição do presente está estruturada para que só um grupo restrito de equipas a consiga vencer. É o futuro a entrar-nos pelos olhos a dentro. Wembley é certamente um sonho distante no meio de tantos tubarões…

4 comentários:

Já que para o ano será jejum de CL pela certa, que se tente ganhar nesta o equivalente ao que se poderia ganhar em duas épocas.
Confio no Jesus, temos equipa para isso, mas infelizmente, a nivel interno vai custar imenso ver a triste figura que vamos fazer este ano.
Peguemos no exemplo do Lyon na época passada e façamos boa figura lá fora

Sou totalmente avesso ao actual modelo, e acho que a liga dos campeões devia ser apenas para campeões nacionais e vencedores dos troféus europeus da época passada (mesmo o vencedor da Liga Europa!).

Uma equipa que faz o que o Atlético fez não mereceria muito mais entrar nesta competição que um 4º classificado dum campeonato espanhol ou inglês?!?

Até sugiro mudar o nome da competição para Liga dos milionários europeus...e alguns campeões.

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