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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Canto dos convidados johncleese

Esta semana, depois de duas importantíssimas vitórias para a Liga dos Campeões e Liga Zon Sagres, temos um canto dos convidados onde serão abordadas questões tácticas pelo amigo johncleese.


Um dos membros com mais anos de casa na comunidade Serbenfiquista.com e reconhecido pela seriedade com que aborda as mais variadíssimas temáticas sobre o Benfica, aceitou o nosso convite, premiando-nos a todos com um excelente artigo no qual disserta sobre  variantes tácticas.






 As variantes tácticas do Benfica versão
2010/2011:




Terminada a época 2009/2010, com final feliz para os milhões de adeptos benfiquistas espalhados pelos quatro cantos do globo, previ, ou melhor, desejei, um Benfica capaz de manter a fórmula do sucesso.

Segurando o “núcleo duro” dos 13 “titulares” da época passada (Amorim e Martins foram-no muitas vezes) e reforçar algumas posições que tinham algum défice de qualidade ou, noutros casos, de quantidade seria o caminho.  
Nalguns casos o Benfica foi bem sucedido, nomeadamente com as aquisições dos brasileiros Airton e Alan Kardec e dos argentinos Gaitan e Jara, os quais vieram aumentar o lote de opções de qualidade para o meio campo e ataque. Mas, na maioria, o Benfica falhou na abordagem ao mercado, principalmente porque não soube acautelar as saídas mais do que esperadas de Ramires e Di Maria. 

Analisando as declarações do treinador Jorge Jesus, desde a entrevista ao jornal ABola, em finais de Maio, parece-me claro que Gaitan era uma aposta a médio prazo e não o substituto directo do Di Maria. As tentativas de contratar Leto, James Rodriguez e Alexander Hleb, posteriormente, vieram apenas reforçar essa minha teoria. Também Ramires não foi devidamente compensado por um jogador de características semelhantes, sendo que Wesley me parecia ser a grande aposta, e cuja “fuga” para Bremen constituiu um duro golpe.


Não me alongando mais na análise ao que foi a janela de transferências, importa analisar o que pode ser o Benfica em termos tácticos, com estes jogadores. Apesar de todas os debates que tem havido, penso que o Benfica deve continuar a jogar maioritariamente em 4-1-3-2. Foi um esquema táctico que trouxe sucesso, e creio que continuamos a ter jogadores capazes de o interpretar, ainda que de forma diferente. Teremos, contudo, dentro do 4-1-3-2, a possibilidade de surpreender os adversários, porque há 2 opções muito diferentes para o lado direito: Amorim, um jogador de equilíbrios, e Salvio, um desiquilibrador por excelência. Tendo os 2 disponíveis, o  Benfica poderá jogar com Salvio nos jogos em que terá, previsivelmente, maior caudal atacante, frente a adversários mais fechados, e com Amorim nos jogos em que precisa de ter mais equilíbrio.

Outra evolução que esperava para esta época era ter um sistema táctico alternativo, capaz de baralhar os adversários. Creio que isso foi bem conseguido pelo treinador do Benfica, que na pré-época testou em 3 ou 4 jogos um 4-3-3 bastante dinâmico, em que Jara parece encaixar muito bem. A instabilidade provocada pela chegada tardia dos mundialistas e, principalmente, pelos maus resultados dos 3 primeiros jogos oficiais, ainda não permitiram aferir essa variante, mas não tenho dúvidas que ao longo da época, veremos o Benfica iniciar jogos dessa forma, quando os adversários menos esperarem, como chegou a acontecer em Matosinhos na época passada.

Por fim, creio que o 4-2-3-1 será o 3º esquema possível para este plantel, em jogos que apresentem características especificas. O Benfica chegou a utilizá-lo na época passada, com bons resultados, em Goodison Park e em Alvalade. Com Airton como opção válida, essa variante ganha ainda mais força, e não me custa imaginar o Benfica a dispor-se dessa forma em algum jogo da Champions, quem sabe já em Gelsenkirchen, na 2ª jornada.

10 comentários:

Excelente post, de um grande user do Serbenfiquista.

Acho que a crónica peca por dois pontos: Kardec e Gaitan.

Em relação ao primeiro, é discutivel a contratação, tendo em conta que tinhamos nos nossos quadros o melhor marcador da Liga Turca. Em relação ao 2º, não considero uma boa contratação, pelo simples facto de ter vindo ocupar uma posição para a qual não está capacitado (não era necessário na posição onde mais rende).

Obrigado.

Sinceramente não acho que a janela de transferências seja a maior causa deste mau inicio de campeonato. Do 11 titular sairam 3 jogadores, Ramires, Di Maria e Quim, dessas saídas quanto a mim o único que não foi possivel substituir por alguém com as mesmas caracteristicas foi o Di Maria, aí sim o estilo de jogo da equipa foi alterado. No caso de Ramires temos Martins e Amorim que quanto a mim apesar de ser difrente do que com Ramires no onze, mas se calhar pelo facto de também no ano passado terem jogado muitas vezes não senti grandes diferença. A troca de Quim por Roberto também não foi de todo benéfica para este inicio de campeonato pois o facto de mexer nessa posição, trouxe problemas tanto ao guarda redes como à defesa. Mas acredito que com o tempo até vamos beneficiar com esta troca.
Não tive a oportunidade de ver os jogos todos do inicio de época, mas fiquei com a ideia que a equipa entrou neste campeonato um pouco mais relaxada/desconcentrada no sentido em que começaram os jogos bem mas um pouco despreocupados em marcar logo, dando a ideia de que mais cedo ou mais tarde lá marcavam e depois no fim andavam aflitos. Notou-se também alguma ausência de pressão em algumas partes dos jogos o que também indica uma fraca preparação ao nivel fisico para este inicio de época, como o próprio JJ chegou a admitir.

A táctica nunca devia ter sido alterada...deu resultados fantásticos na época anterior, goleadas atras de goleadas, e a tentativa de arranjar um novo sistema táctico pode ter-nos deitado por completo para fora da luta pelo título.

Orgulhoso por poder contar com a contribuição do John para este espaço tão especial aqui na casa.
Espero que tenha gostado da experiência.

Gosto particularmente de ler estes artigos sobre variantes tácticas em relação ao Benfica.
Um Abraço ao contributo do famoso JohnCleese do Ser

4-2-3-1 à la Quique é que não!!!

Muito obrigado a todos os que comentaram, foi um prazer escrever neste espaço. Agradeço também aos responsáveis do blog, pelo convite que me foi feto.

johncleese

E passar a ter dois convidados por semana?

Ah, e fantástico artigo johncleese.
Explica um pouco as baralhadas deste inicio de temporada

A grande questão é que não é Salvio que tem jogado, nem mesmo o Amorim tirando a espaços, mas antes o Carlos Martins que não permite ao Javi ter ajudas nos equilíbrios defensivos obrigando o Javi a defender a toda a largura do terreno e a desproteger os centrais.
Do lado do Di Maria, não houve substituto capaz, pelo que o Jesus já experimentou a táctica César Peixoto-Fábio Coentrão para substituir a dupla Fábio Coentrão-Di Maria, com resultados desastrosos na Supertaça e resultados positivos contra a lagartada, mais pela incapcidade dos adversários em fazer desequilíbrios (Jaló e Vucevic) do que pelos equilíbrios que o Peixoto traz à equipa. Mais ainda, as constantes entradas do Peixoto poucos ou negativos resultados têm tido (a perda de bola em Guimarães que deu o 2-1).
Quanto à táctica do 4-2-3-1 não se justifica, porque nenhum dos trincos tem capacidade de transporte/construção levando a que o Benfica perca uma unidade nas movimentações ofensivas

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