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sábado, 13 de março de 2010

O segredo está na massa...

Os números de Jorge Jesus não enganam, e fazem dele uma figura de referência neste aparente despertar do gigante adormecido. Neste post podem ver-se os números referentes aos primeiros 50 jogos da era Jesus, e não deixam qualquer margem para dúvidas: uma média baixíssima de golos sofridos por jogo, uma média muito alta de golos marcados por jogo, uma percentagem esmagadora de vitórias nos jogos já cumpridos.

O Benfica deste ano faz, finalmente, jus ao grande investimento feito nas últimas três épocas, que totaliza cerca de 100 milhões de Euros. Infelizmente, boa parte desse investimento não foi proveitoso, mas a outra parte vinha sendo bem feito e nem assim os resultados apareciam. A Fernando Santos e Quique Flores sucedeu um homem mais discreto na sua carreira, mas muito mais à altura do clube. O que leva Jorge Jesus a ser tão especial? Eu diria que o segredo está na massa... aquela massa de que são feitos os homens que nascem para os grandes desafios. Profissionais, briosos e inteligentes, conscientes das muitas variáveis que se cruzam no dia-a-dia e que condicionam o êxito.

Não tenta falar bem, mas sabe do que fala. Não tenta agradar com discursos gastos e palavras feitas, mas cede à tentação de comunicar como se pensa genuinamente o futebol. Nunca treinou um grande clube, mas chegou ao maior clube português sem medo das palavras, dos desafios, e traçando metas que nem alguns vultos mundiais que passaram pelo Benfica nos últimos anos ousaram traçar. Ganhar não chegava... queria por a equipa a jogar bem. Melhorar não chegava... queria ser campeão logo à primeira. Ser campeão não chegava... queria sê-lo com o reacendimento do Inferno da Luz.

Jorge Jesus não se explica, entende-se. Habituou-se a escolher jogadores de tostões para lutarem por objectivos modestos. Chegou ao Benfica, e não teve problemas em querer um Saviola ou um Javi Garcia. Não teve qualquer problema em lidar com um balneário cujos ordenados mensais juntos talvez somem mais do que Jesus ganhou na sua carreira até chegar ao Benfica. Rejeitou um contrato melhor que o que tinha no Braga, e fez depender antes ganhos maiores das conquistas desportivas da equipa que lidera.

De facto, mais do que se ser bom tacticamente, mais do que estudar os adversários, procurar potenciais reforços ou ser um bom psicólogo do grupo, Jorge Jesus tem aquela chama imensa que torna um grande treinador num treinador para o Glorioso. Um treinador com dimensão, com aura e competência. Que a sorte o acompanhe no Benfica, e que fique por muitos anos. Sair do Benfica será o caminho para a banalização de um nome que se ficar no Benfica por muitos e bons anos, se poderá converter numa autêntica lenda. Para quem já mostrou que o dinheiro está longe de ser tudo na vida, eu tenho fundadas esperanças em tê-lo por cá durante alguns anos... e com muitos títulos.

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